ZOO que não é da treta

Deixei de ser fanático «deles», há cerca de uma dezena de anos. Porque uma ou outra semi-desilusão assim o contribuíram, mas também porque a excelência de outros (as) me fizeram desviar a atenção e o ouvido.
«Eles» foram (são) uma das referências musicais da minha vida e julgo que da minha geração.
«Eles» são (foram) mesmo, umas feras no panorama musical.
A comprová-lo está este recente ZOO TV.

Eles são os U2.

Este DVD extraído de um concerto em Sidney em 1993, tem um alinhamento de canções soberbo, privilegiando 2 das obras-primas dos anos 90, os álbuns Achtung Baby e Zooropa, este último ainda que tendo o reconhecimento da crítica, não o teve tanto a nível comercial. Uma ou outra retrospectiva a álbuns anteriores em passagens excelentes e carregadas de ironia (New Year’s Day logo a seguir a Until the End of the World) ou de coerência (Bullet in the blue sky a seguir a um fantástico Dirty Day).
É também o concerto de The Edge, cantando no lindíssimo Numb e onde se desdobra entre teclados e guitarras em fracções de segundo, raramente desafinando.

Com excelente qualidade sonora e sobretudo de imagem e cor, que realçam as constantes mensagens em ecrãs gigantes, é mesmo um espectáculo ao vivo referencial.
É o melhor DVD musical que tenho e sem qualquer fanatismo.
Reconheço também que a recente tela de 1,5 mts e os 700 watts do home cinema, contribuem para um concerto realmente ao vivo, mas a excelência das canções e da performance é que o tornam um espectáculo fabuloso.
E a terminar, uns U2 transfigurados (maquilhados) em especial Bono, entoam em jeito de encore um magnífico Daddy’s Gonna Pay For Your Crashed Car ou um soberbo Lemon que nada tem de amargo.

A ver e ouvir até fartar.